A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu um homem de 29 anos, descrito como “um dos maiores estelionatários do estado”, acusado de aplicar um golpe de R$ 337,5 mil em duas lojas de móveis de luxo. A prisão foi realizada ontem por agentes da Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá. A investigação revelou que o crime ocorreu em fevereiro de 2024, quando o suspeito estava detido na unidade prisional de Várzea Grande.
Segundo o delegado Bruno Palmiro, responsável pelo caso:
É um big player, um alvo que, se não for o maior golpista de Mato Grosso, está entre os cinco maiores. É uma prisão muito importante, uma grande vitória para a Polícia Civil.
O suspeito já era investigado em outras operações da Polícia Civil, como a Operação Falsa Portabilidade, que desmantelou uma quadrilha envolvida na criação de contas digitais falsas para aplicar golpes. Nesse caso, ele é acusado de desviar R$ 23,8 milhões. Em abril do ano passado, a dona das lojas denunciou à polícia que havia sido enganada por uma falsa cliente que realizou compras por meio de links digitais, utilizando cartões de terceiros.
As negociações aconteceram entre 2 e 24 de fevereiro de 2024 e envolveram dez transações que totalizaram R$ 337,5 mil. Depois da confirmação dos pagamentos, os móveis foram entregues em quatro remessas por uma transportadora. No entanto, ao verificar os repasses bancários, a loja descobriu que os pagamentos haviam sido contestados por suspeita de fraude.
Segundo a polícia, o golpe foi coordenado de dentro da prisão, com o uso de cartões de crédito clonados. Parte dos móveis foi encontrada em duas casas: uma no bairro Jardim Paulista, em nome do suspeito, e outra no Jardim Califórnia, pertencente à sua mãe, ambas em Cuiabá. O imóvel no Jardim Paulista estava completamente mobiliado com os itens comprados fraudulentamente.
A residência estava alugada para a família de uma influenciadora digital, de 27 anos, que tem mais de 180 mil seguidores junto com o marido. Eles não conheciam o golpista e haviam alugado o local por meio de uma imobiliária. Quando decidiram sair do imóvel, após descobrirem a origem ilegal dos bens, passaram a ser ameaçados pelo suspeito, que usou a visibilidade da influenciadora para pressioná-los.
A influenciadora e o marido denunciaram o caso em fevereiro de 2025, relatando ameaças, calúnia, difamação e estelionato. A partir desse novo boletim, o delegado Palmiro solicitou a prisão do investigado, que não resistiu à abordagem policial e permanece à disposição da Justiça.