A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) identificou três das cinco pessoas que morreram em um confronto armado com agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda.
Os envolvidos foram identificadas como:
- Elivelton Sales Pinho, de 31 anos;
- Iterlan da Silva Souza, de 29 anos;
- Wellington Souza Monteiro, de 25 anos.
De acordo com a Politec, Iterlan e Wellington eram do Pará, enquanto Elivelton era natural do Maranhão.
O confronto aconteceu durante a madrugada, quando os três suspeitos, acusados de fazer a segurança de garimpeiros ilegais, tentaram impedir uma fiscalização do Ibama. Nenhum agente do Ibama ou da PRF ficou ferido durante o embate.
Entenda o caso
Após o confronto, as autoridades apreenderam diversas armas, incluindo um fuzil, uma submetralhadora, uma espingarda calibre 12, duas pistolas e um revólver, além de munições e carregadores.
Durante a operação de fiscalização, foram destruídos 30 escavadeiras, 22 caminhonetes, dois caminhões, uma pá-carregadeira, seis motocicletas, 25 acampamentos e cerca de 5 mil litros de combustível, além de diversos motores e equipamentos utilizados pelos garimpeiros na atividade ilegal.
Chacina em garimpo ilegal
Na última segunda-feira (23), quatro pessoas foram mortas e uma ficou ferida em uma chacina em um garimpo ilegal na mesma região. Entre as vítimas, foram identificados Fabio Tavares Siriano, de 33 anos, e sua esposa, Flavia Melo Miranda Soares, de 20 anos, natural do Acre. Flávia havia viajado até o garimpo para encontrar o marido.
Segundo o delegado João Paulo Berté, a chacina teria sido motivada por uma briga dentro do garimpo, relacionada à disputa por áreas de exploração. Uma das linhas de investigação da polícia é a possível conexão dos envolvidos com uma organização criminosa.
Exploração garimpeira
A Terra Indígena Sararé, que abrange os municípios de Conquista D’Oeste, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade, tem enfrentado um aumento expressivo nas atividades de garimpo ilegal nos últimos anos. Esse avanço ameaça o meio ambiente e as comunidades indígenas locais, provocando desmatamento, poluição dos rios e degradação do solo.
Desde 2020, as forças de segurança realizaram várias operações na região. Em uma delas, em abril deste ano, foram apreendidos 22 pás carregadoras e destruídos equipamentos avaliados em mais de R$ 17 milhões. Mesmo assim, os garimpeiros voltam a ocupar a área após a saída das equipes de fiscalização.
Segundo dados do Ministério Público Federal de 2022, cerca de 5 mil garimpeiros estão ativos na TI Sararé. Lideranças indígenas da região afirmam que o território é de grande importância ambiental e cultural, mas enfrenta desafios crescentes devido ao garimpo clandestino.