O plantio da soja, principal cultura do agronegócio brasileiro, está atrasado em comparação ao mesmo período do ano passado, mesmo com a ocorrência de chuvas em algumas regiões. Segundo o relatório de Progresso de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apenas 2,4% da área destinada à oleaginosa foi semeada até 29 de setembro. Em 2023, o índice era de 4,1% no mesmo período.
O atraso é particularmente notável em três estados que tradicionalmente iniciam o plantio em setembro: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Apesar disso, houve um aumento significativo no ritmo de semeadura entre os dias 22 e 29 de setembro.
Em Mato Grosso, o maior produtor de soja do Brasil, apenas 2,6% da área foi plantada, comparado a 5,2% no ano anterior. Os produtores mato-grossenses aceleraram o ritmo de plantio na última semana, saindo de 0,3% para 2,6%.
Em Mato Grosso do Sul, 3% da área foi semeada, contra 5% no mesmo período de 2023. E no Paraná, o plantio avançou de 1% para 10% no mesmo período, mas ainda abaixo dos 16% registrados no ano anterior.
A Conab destacou que, apesar das chuvas em algumas regiões de Mato Grosso, o déficit hídrico, combinado com as altas temperaturas, tem prejudicado o avanço da semeadura.
O plantio está aquém do observado no mesmo período da safra anterior. As regiões Norte e Oeste registraram os maiores volumes de precipitação e destacam-se pelo maior avanço na semeadura.
Em outras culturas, o plantio de arroz avança mais rapidamente do que no ano passado, com 10,6% da área semeada até o final de setembro, comparado a 7,5% em 2023. O Rio Grande do Sul se destaca, com 8% das lavouras já plantadas. Santa Catarina registra 53% da área semeada, um pouco abaixo dos 63% do ano passado.
O milho 1ª safra teve um desempenho similar ao de 2023, com 21,6% da área semeada, enquanto o feijão 1ª safra apresentou avanço expressivo, com 11,5% da área cultivada, em comparação aos 7,6% no mesmo período de 2023.