O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, afirmou nesta sexta-feira (5) que Israel “não durará muito” e convocou todos os muçulmanos a lutarem contra o país. Essa foi a primeira vez que Khamenei falou publicamente desde o aumento das tensões entre Israel e Irã.
Ele defendeu o ataque com mísseis iranianos ao território israelense nesta semana e justificou a invasão do Hamas ao sul de Israel, que ocorreu há um ano e resultou na morte de 1.200 pessoas, iniciando a guerra em Gaza. Khamenei classificou os ataques como “atos legítimos” e chamou Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah morto por Israel em um ataque no Líbano no fim de semana, de irmão.
Durante uma cerimônia em Teerã, onde conduziu pela primeira vez em cinco anos as orações semanais em homenagem a Nasrallah, o líder declarou:
A resistência da região não vai recuar, mesmo com a morte de nossos líderes
Khamenei também defendeu o direito da Palestina de se defender contra Israel.
Reação do Líbano
Três dias após a invasão israelense ao território libanês, o Exército do Líbano respondeu pela primeira vez à ofensiva na quinta-feira (3), disparando contra soldados israelenses. De acordo com as Forças Armadas do Líbano, os militares libaneses reagiram após um grupamento israelense atacar um posto militar, deixando um soldado libanês morto. Este episódio marcou uma nova escalada no conflito.
Desde o início da invasão, Israel vinha enfrentando apenas o Hezbollah, grupo extremista libanês apoiado pelo Irã. No entanto, o Exército libanês, já debilitado por guerras anteriores e uma grave crise econômica, enfrenta dificuldades em manter uma defesa efetiva contra Israel devido à escassez de equipamentos e fundos, segundo especialistas.
O Hezbollah, por sua vez, possui um arsenal maior que o do próprio Exército libanês, devido ao apoio do Irã.
Até a última atualização desta reportagem, as Forças Armadas de Israel ainda não haviam confirmado o ataque ao posto militar libanês. O governo israelense afirmou anteriormente que suas operações visam apenas estruturas do Hezbollah no território libanês, e não o Estado do Líbano.
Número de mortos
Em menos de duas semanas, os bombardeios israelenses no Líbano já deixaram 1.974 pessoas mortas, segundo o Ministério da Saúde do Líbano, incluindo 127 crianças. Mais de 6.000 pessoas ficaram feridas desde o início da nova ofensiva, em 20 de setembro.
O número de mortos já ultrapassou o total da guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah, que resultou em 1.191 mortes. No atual conflito, as forças israelenses invadiram o Líbano por terra no dia 30 de setembro, e novos bombardeios atingiram o centro de Beirute nesta quinta-feira, matando nove pessoas e ferindo outras 14.